14/09/2015

Palavras ao vento: Você não me guardou



Você não me guardou no teu coração. Não me firmou aí, nem me deixou contigo. Do lado esquerdo do peito, perto das emoções mais profundas onde o amor toma conta. Não se encantou todos os dias por mim, sucessivamente. Esqueceu que me amou um dia, sem se quer se importar com isto. Esqueceu que o sinônimo de esquecer é abandonar, menosprezar, descuidar. E mesmo eu lhe pedindo que não se descuidasse de mim, que não me abandonasse você me esqueceu. Você soltou do meu amor, meu amor, deixou de grudar em meus braços e abraços, e não mais te permitiu marcar tuas mãos em meus cabelos e deixar que o presente nos mostre o futuro incerto. 

E eu não consegui sustentar esse gostar sozinha, eu parei de gostar. O primeiro defeito meu que te apareceu foi o motivo da primeira briga, e de todas que vieram em seguida. E tanto eu pedi que nada nos fizesse deixar de gostar um do outro. Mas você deixou de gostar, como eu previa, e eu também já estava doente demais para seguir em frente com você. Mas, acredite que isso me desestruturou e me machucou como nunca havia sido. Porque, acredite novamente, pior do que separar, voltar, separar, voltar, é deixar de gostar de vez. 

Quando o perfume do outro não nos causa nenhum arrepio, quando a presença do outro não lhe causa borboletas no estômago, confusão dentro de si. Quando você não perde mais a fala, e fala. Quando perto do outro você não está feliz. Quando fala por educação, e o orgulho é sempre mantido. A vontade de correr atrás já não faz diferença, e o desejo de estar perto não é mais tão forte assim. Aquela carência da pessoa amada já não grita, nem fala alto, ela está em silêncio assim como todos os seus sentimentos. 

E aí, meu querido, você deixou de gostar como eu. E quando a gente deixa de gostar não é fácil reverter. Não é fácil voltar atrás. Porque não foi apenas de um instante para o outro. Você deixou de gostar porque várias mágoas estavam acumuladas. Porque cansou de gostar de quem não te dava o devido valor. Você deixou de gostar porque a verdade é que ninguém insiste quando não vale à pena. Quando a alma é pequena. 

E no final disso tudo você vai se perguntar por que não deu certo, vai chorar, vai espernear, bancar a garotinha de cinco anos querendo saber o porquê disto acontecer justo com você. Só que acontece com todo Mundo, é tão normal e você nem percebe. Um drama a mais, um a menos. Você até vai dizer que nada nunca dá certo com você, por vários dias. Vai gritar pedindo pra que volte tudo ao início. Dizer que sem ele você não vive e que você não vê sentido pra vida, prefere morrer. Vai ameaçar se jogar da ponte ou tomar alguns comprimidos. E tudo isto é apenas um jeito de fugir da realidade. Pois você prefere acreditar que não vive sem ele, a acreditar que terá de viver sem. E que a realidade é esta. 

Você vive sem ele sim, a menos que ele se chame oxigênio. E vai ser feliz sim, porque sua felicidade é bem maior que isto. 

E acredite em mim, ninguém nunca morreu de amor.

Espero que vocês tenham gostado da crônica!! Um beijo e até o próximo post.

2 comentários:

  1. Amo teus textos, sempre parece que sou eu que escrevi isso porque me identifico muito com eles *o*

    www.eucurtoliteratura.com

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    1. Hahahaha que bom amiga \o/ gosto de saber que alguém se identifica o/
      Bjos

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