Que profissão eu vou?: Engenharia de Telecomunicações com Prof Juliana

Oláaa galera! Depois da primeira edição do Que profissão eu vou ter sido um sucesso, resolvi fazer a Segunda edição. Desta vez, sobre a faculdade de Engenharia de Telecomunicações. Ficou na dúvida para fazer esta faculdade, mas não sabe muito bem como é? Vem cá, que vamos sanar todas as suas dúvidas! A entrevistada de hoje é a minha ex professora de Matemática financeira, e atual professora de Estatística, a linda Juliana Andressa. Ficou enorme, mas tentei sanar tooodas as dúvidas de vocês.

K. Pergunta: Quando você decidiu fazer esta faculdade? Foi meio que do além, ou a profª já estava pensando na possibilidade? 

Professora Juliana: Então, eu sempre quis fazer engenharia. Mas a Engenharia que eu queria quando saí do Ensino Médio era chamada Engenharia de Bio processos e Biotecnologia, como se fosse uma engenharia genética, que só tem na federal do Paraná, em Curitiba. E não tinha nada parecido aqui em Santa Catarina. Então como aqui não tinha nada que eu queria fazer, eu fiquei um ano parada. Depois eu comecei um curso de comércio exterior, e fui trabalhar na área de vendas em uma empresa de informática. No meio do curso, eu fui trabalhar em outra empresa, e tive mais contato com essa área, rede de computadores. E aí fiquei sabendo do curso de Engenharia de Telecomunicações, e como era parecido com o que eu estava trabalhando, acabei fazendo o curso.

 K. Pergunta: E como você define Engenharia de telecomunicações para quem não conhece?

Professora Juliana: É uma área da Engenharia elétrica mais voltado para essa parte de tecnologia, da transmissão da informação. É tudo que envolve comunicação à distância. Então TV, rádio, telefone, internet, são comunicações à distância. Pra isso funcionar, precisa de uma tecnologia, a programação. E um engenheiro de Telecomunicações é responsável desde a parte de Hardware mesmo. Um engenheiro de Telecomunicações vai em um terreno, vê se ele tem capacidade de receber uma antena, dimensionar o tamanho da antena, que tipo de transmissão vai ocorrer... Tudo isso. 

K. Pergunta: Se arrepende de ter feito esta faculdade? Faria outra coisa? 

Professora Juliana: Sinceramente, o mercado de trabalho de Engenharia de Telecomunicações, não é um mercado de trabalho para a nossa cidade. Aqui é muito restrito, mais para as capitais. Quando comecei o curso, eu já sabia disso. Mas até então eu achava que não teria problema em me mudar. Mas hoje, pensando nisso, talvez teria feito outro curso. Porque Engenharia de Telecomunicações é um ramo da Engenharia Elétrica, então talvez eu teria feito E. Elétrica, para ficar aqui no estado. Mas arrependimento não, porque é um curso muito bom, nas capitais é bem remunerado.

K. Pergunta: O mercado de trabalho por aqui é injusto com os profissionais da área então.

Professora Juliana: É, aqui não tem muita opção, e eu sinto também que o mercado de telecomunicações acaba te exigindo também um curso técnico. Talvez se eu fizesse um curso técnico voltado para a área de TV ou redes, acredito que seja mais fácil de arranjar um emprego. Mas para trabalhar, precisa de um curso para aquela área, porque apesar de ser um mercado restrito, telecomunicações abrange muita coisa. Tem a área de rádio, TV, telefonia móvel. Cada uma é bem complexa. Então normalmente eles querem que você tenha uma experiência ou um curso naquela área.

K. Pergunta: E em questão de salário, essa Engenharia vale a pena?

Professora Juliana: Sim, claro. Mas é que assim, o que está acontecendo hoje com as Engenharias, especialmente algumas, é que tem muitos cursos de algumas e tem algumas que são à distância, que na minha opinião não tem como, mas tem muuuita gente na área. Aí o mercado de trabalho paga em torno de 2 a 3 mil reais para um Engenheiro formado, porque tem muita gente na profissão. Mas para nós de telecomunicações, nunca vi ninguém contratar abaixo do piso, e o piso por aqui é em torno de 5 mil reais. 

K. Pergunta: E como a profª acabou vindo dar aula aqui no Cedup?

Professora Juliana: Então, eu sempre quis dar aula. Mas a minha intenção era dar aulas em universidades. Quando eu estava no 5º semestre, apareceu a oportunidade de participar do processo seletivo para dar aulas. Mas eu fiz meio que: "ah, vamos ver no que dá!". Então comecei a dar aula no começo de 2012, e hoje eu não me vejo fazendo outra coisa. Embora seja estressante, tenha que trabalhar fora da sala de aula, mas o horário é bem mais flexível. Tem dias que eu só trabalho a tarde, outros só de manhã. E nunca empresa isso não é possível. E outra porque não gosto muito de rotina, rotina me enjoa. Estar fazendo sempre a mesma coisa... e na sala de aula não tem isso né. 

K. Pergunta: O número de alunos nessa faculdade como a profª me disse, é baixíssimo. Você acredita que isso se deve devido a grande parte das pessoas que não sabem bem do que o curso se trata, o que ele ensina? 

Professora Juliana: Acredito que sim. Quem tem interesse, vai lá e procura. Porque não é uma coisa que fica muito na mídia. Geralmente você fala com alguém, por exemplo um Engenheiro Civil, você já linka a profissão, ah um Engenheiro Elétrico... E Engenharia de Telecomunicações as pessoas já perguntam: tá, mas o que é um Engenheiro de Telecomunicações? O pessoal não sabe o que é.

K. Pergunta: Qual a disciplina que você mais gostou? E a que menos gostou? 

Professora Juliana: As de transmissão mesmo, e as gerais da Engenharia, matérias de cálculo. E a que menos gostei, foi a parte de Circuitos elétricos. E também não é muito a nossa área. A gente tem Circuitos 1 2 e 4. O 2 eu tive mais dificuldade, e o professor não conseguia passar muito a aplicação daquilo. 

K. Pergunta: E sobre as matérias de cálculo/matemática, teve como nas outras engenharias?

Professora Juliana: Nessa Engenharia nós tivemos Cálculo 2, 3 e 4. Álgebra linear, geometria analítica, matemática financeira (engenharia econômica), estatística, e física 1, 2 e física aplicada ao campo eletromagnético, eletro magnetismo que é uma continuação da física 3 do ensino médio. E a parte de radiação. 

K. Pergunta: Então a pessoa tem que gostar de matemática obrigatoriamente? 

Professora Juliana: É, tem que gostar. Tem engenharias que tem menos cálculos, a Elétrica, a Química e a de Telecomunicações acho que são as que tem mais. Mas nada impossível. Só que, pra quem já tem afinidade é mais fácil.

K. Pergunta: E um recado para quem está pensando em fazer esta faculdade? 

Professora Juliana: Tem que gostar das exatas, e tem que saber que o mercado de trabalho é muito promissor, mas, que está focado nas capitais. Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro. Tem que desapegar. Não precisa ter medo quanto à faculdade, tanto aqui na FURB quanto na Federal são cursos ótimos.

Bate bola

Nome: Juliana Andressa da Silva

Idade: 24 anos 

Profissão: Professora

Relacionamento: Noiva, ainda não possui filhos.

Espero que tenham gostado! Um beijo, e até o próximo post.